quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

«Região» - Eleições realizam-se amanhã

António Martinho será o primeiro presidente da direcção da Turismo do Douro. Como líder da única lista candidata aos órgãos do novo organismo, cuja eleição decorre amanhã. O actual Governador Civil de Vila Real estará prestes a deixar as funções que exerce actualmente, não sendo conhecido ainda o seu sucessor.

As eleições para os órgãos da Entidade Regional de Turismo do Douro, que se realizam amanhã, têm uma única lista candidata, liderada por António Martinho, actual Governador Civil do Distrito de Vila Real.
Apresentada no dia dois, a lista foi classificada como de “consenso alargado” e para além do Governador Civil vila-realense conta ainda com José Gomes Correia, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, como vice-presidente da direcção, e com Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, como presidente da Mesa da Assembleia-geral.
António Martinho, que também presidiu à comissão instaladora do novo organismo, salientou a necessidade de combater a “fragmentação institucional a que tem estado sujeita a região do Douro e que não tem permitido o melhor aproveitamento dos seus recursos e potencialidades”.
“A criação da Turismo do Douro é, claramente, uma oportunidade que todos queremos e podemos aproveitar”, considerou o mesmo responsável adiantando desde já um conjunto de projectos iniciais de dinamização, nomeadamente o apoio à organização de um Festival de Cinema na região (uma iniciativa que “mostre o Douro como um excelente cenário para a rodagem de filmes”), a candidatura da região a Maravilha da natureza e ainda “continuar as diligências para uma boa representação na Bolsa de Turismo de Lisboa”.
Classificada como uma lista de “consenso alargado”, a equipa liderada pelo actual Governador Civil conta com representantes de várias autarquias, do grupo de 19 que constituem a Turismo do Douro, de associações de empresários e ainda da Universidade de Trás--os-Montes e Alto Douro.
Quando questionado sobre a participação do Município de Vila Real, onde aliás será instalada a sede da entidade regional, nesse “consenso alargado”, António Martinho recorda que o próprio representa o concelho vila-realense, havendo ainda outros nomes provenientes da capital de distrito.
O futuro presidente da Turismo do Douro destacou que é necessário trabalhar em colaboração com a Unidade de Missão, graças à qual foram “finalmente desbloqueadas as verbas para o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro”, e também “elaborar, desde já, uma programação de animação turística para 2009” que reúna as vontades das duas instituições, mas também das autarquias, da Rota de Vinho do Porto e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, bem como de outras associações, instituições ou agentes do sector.
António Martinho revelou, ao Nosso Jornal, que apenas abandonará o cargo de Governador Civil quando tomar posse como presidente da direcção da Turismo do Douro, sendo que, até à hora de fecho desta edição ainda não era conhecido o seu sucessor.
Da ERTD fazem parte os municípios de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Real e Vila Nova de Foz Côa, e ainda quinze instituições.
Para amanhã foi também marcado o sufrágio para a escolha dos órgãos da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, no qual também só participa uma única lista liderada por Melchior Moreira, que foi presidente da Região de Turismo do Douro Sul, tendo como números dois e três, respectivamente, Júlio Meirinhos, ex-presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano, e António Mota, ex-presidente da Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso.
Contando já com a adesão de 80 municípios, a Entidade Regional de Turismo terá sede em Viana do Castelo e delegações no Porto, Guimarães, Chaves, Bragança e Braga, e tem como objectivo principal transformar o ‘Porto e Norte de Portugal’ no terceiro destino turístico nacional. (Fonte:sapo)

5 comentários:

José Carlos Gomes disse...

Em Portugal bem como no nosso burgo ainda se acredita no Pai Natal! Como quem diz ainda é o turismo que vai catapultar os destinos da nossa terra.
Basta analisar números das dormidas que vêm com o destino do turismo em três unidades: Hotel Verdeal, Casa da Legião e o Solar dos Correia Alves para constatar que é meramente residual, para não dizer nulo. Ou se preferirem, o que é que nós oferecemos para cativar turistas? Nada. Estrategicamente tenho pena que o município opte por andar a brincar às “casinhas” não tendo aproveitado um qualquer projecto que seja de Alexandre Cardia criadores de riqueza para o concelho.

João PM Dias disse...

Só gostava de deixar uma ou duas questões:

"O Solar dos Correia Alves está aberto?"

"Será que a casa da Legião e o Hotel Verdeal têm visibilidade suficiente?"

"Será que vale a pena fazer estas duas questões se não temos qualquer tipo de acção ou organização virada para o turismo? Mesmo tendo em conta que pouco temos para cativar turistas?!"


abraço,
joaomd

José Carlos Gomes disse...

Caro João:não se trata de visibilidade das unidades em questão. Basta ler, a titulo de exemplo, a primeira edição do que refere Pedro Abrunhosa no Jornal Beirão sobre o Hotel Verdeal situado em Moimenta.
Posso adiantar que reservas para as outras casas são feitas quase exclusivamente nas passagens de ano e são raríssimas.
O que interessa verdadeiramente é assumirmos que não somos uma terra de turismo e fazer aquilo que somos capazes de fazer e bem.

Alcides Sarmento disse...

Como se trata da primeira vez que escrevo um comentário no blog, tenho obviamente de felicitar os seus criadores e sustentadores. Porque não basta dar à luz, é preciso manter a luz acesa para o que se trás à luz.
É o que acontece com o turismo! Ah, mas antes tenho de acrescentar a enorme felicidade por saber que há jovens que se preocupam e discutem, nomeadamente o turismp como fonte de desenvolvimento do interior.

Costumo dizer que os turistas não caem do céu! para haver turismo sustentável no interior, em Moimenta por exemplo, é necessário envolver os actores económicos e sociais ligados ao sector e, em conjunto , definir uma política, uma estratégia de acção. No Algarve e no Litoral os turistas como que caem do céu,mas aqui não. É preciso atraí-los; se estivermos à espera deles bem podemos esperara sentados.
O problema do turismo no interior é um problema de tachos: Vejam o que se passa com as regiões de turismo: criadas pelo Estado para garantir uns tachos aos amigos. Quem deveria criar as regiões de turismo deveriam ser as autarquias e as empresas do sector, associando-se segundo os seus interesses e necessidades. É o que acontece por essa Europa fora. Quem manda no turismo é quem vive da actividade turística.

Veja-se o que está acontecer agora com a presidência da Região de Turismo do Norte. Vai ser
entregue áquele rapazote de Lamego, que em Lamego não fez nada, de turismo só sabe fazer de turista e na vida nunca fez outra coisa que não seja viver de tachos partidários.

Ou mesmo com o pólo turístico do Douro. O Governador Civil, que vai ser o presidente, entende com certeza de política, de turismo entende tanto como eu de lagares de azeite.

Bem podem esperar os turistas e nós, infelizmente, continuaremos a ter de ir ao litoral para os ver, ou então vêmo-los passar. Porque como diz o comentário do José Carlos Gomes, o que vem um turista fazer a Moimenta? Há alguma coisa organizada para que ele possa fruir? Não. ou conhece e tem cá amigos ou vem morrer de pasmo.

João PM Dias disse...

"(...) Quem deveria criar as regiões de turismo deveriam ser as autarquias e as empresas do sector, associando-se segundo os seus interesses e necessidades. É o que acontece por essa Europa fora. Quem manda no turismo é quem vive da actividade turística."

Isto diz tudo. Concordo plenamente!

abraço,
joaomd