segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pais de Viseu lamentam fim do ano lectivo sem Magalhães

A Federação Regional das Associações de Pais (FRAP) de Viseu lamentou que o ano lectivo chegue ao fim sem todas as crianças terem recebido o Magalhães, o que deixou "mal-estar" nas escolas e "tristeza" nas crianças, noticia a Agência Lusa.

"Lamento a falta de respeito que o Governo tem pelas nossas crianças", afirmou à Agência Lusa João Aguiar, da FRAP Viseu e pai de um aluno em Sernancelhe.

Exemplificou com o caso do seu concelho, onde apenas chegaram computadores a 60 dos 220 alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

"Mais grave foi a forma como o distribuíram, provocando mal-estar e incompreensão, já que entregaram à sorte pelas escolas, chegando ao ponto de entregar, numa escola com 110 alunos, apenas seis Magalhães", explica João Aguiar num comunicado ontem divulgado em nome da FRAP.

Os restantes computadores "não se sabe quando serão distribuídos, nem a quem", temendo os pais que o problema se prolongue para o próximo ano lectivo.

"Tememos que a desilusão das nossas crianças se transforme num grave problema pedagógico com o arranque do novo ano lectivo", acrescenta.

Segundo a federação, "aquilo que agora é uma situação de grave gestão para os pais, rapidamente se transforma num problema para os professores, que se sentem impotentes para explicar, também eles, o porquê de ter sido dado computador a umas crianças e a outras não".

"Há casos de escolas onde o último dia de aulas ficou marcado pela tristeza e pelo choro de crianças que continuam a sonhar com o Magalhães, mas esse sonho nunca se concretiza. Está a transformar-se num pesadelo", refere.

A FRAP considera que, apesar de ter sido "prometido e propagandeado abundantemente pelo Governo, o computador está a criar nas crianças que ainda não o receberam o efeito contrário ao pretendido" pelos governantes.

Neste âmbito, critica que "em vez de ser mais um contributo para a formação das nossas crianças, transformou-se num pesadelo para os pais, incapazes de conseguirem explicar aos filhos porque é que o colega teve direito a um Magalhães e ele não".

De acordo com a Agência Lusa, o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) corrobora que em muitas escolas do distrito de Viseu os Magalhães chegaram apenas a um número mínimo de alunos, lembrando que na altura da Páscoa denunciou casos em Moimenta da Beira e Cinfães.

"Havia situações em que os Magalhães recebidos pela escola não davam sequer para uma turma, deixando em aflição os professores", afirmou à Lusa Francisco Almeida, responsável pelo SPRC em Viseu.

Contou que os professores ficaram sem saber o que fazer, porque "não iam dar os Magalhães a uns e deixarem outros a chuchar no dedo" e que, por isso, "houve escolas que os armazenaram" à espera que chegassem os restantes.

"Na altura denunciámos a situação para que se resolvesse. Mas sabemos que ainda há muito pouco tempo se viviam casos idênticos ao de Sernancelhe em Moimenta da Beira e Cinfães", lamentou.

A Agência Lusa contactou o Plano Tecnológico da Educação, responsável pela distribuição dos computadores Magalhães, para obter uma reacção sobre a situação denunciada pela FRAP e pelo SPRC.

A fonte do Plano Tecnológico da Educação respondeu que em breve será emitido um comunicado a fazer "um ponto da situação" a nível nacional do programa e-escolinhas, relativo à distribuição dos computadores Magalhães.

Fonte: ViseuMais.com

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