domingo, 13 de junho de 2010

«Região» - Projecto de matadouro reformulado

A sociedade responsável pelo futuro matadouro regional de Viseu (MateViseu) está a preparar uma nova candidatura ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), reformulando o projecto de modo a baixar os custos de construção deste equipamento.
"Hoje [quarta-feira] mesmo fizemos pedidos de orçamento a empresas de construção civil e obras públicas face à necessidade de reformulação do projecto", disse à Lusa António Lopes, presidente da Associação de Criadores de Gado da Beira Alta (ACGBA), que integra o grupo de accionistas.
Segundo António Lopes, depois do indeferimento de uma primeira candidatura ao PRODER que previa a construção de um matadouro "avaliado em perto de oito milhões de euros", o conselho de administração decidiu fazer ajustamentos "para baixar os custos". "Só depois de recolhermos os orçamentos é que vamos fazer uma avaliação", frisou, estimando que o montante deva "baixar ainda bastante".
O responsável explicou que as alterações se prendem sobretudo com a dimensão, garantindo que o matadouro manterá "todas as valências que o anterior projeto continha" e também "a cadência de abate".
Avançou que "já foi acordado com o director regional de agricultura que, antes de ser apresentada a candidatura, haverá uma reunião entre técnicos do ministério e os que estão a elaborar o projecto do MateViseu, para depois não haver a desculpa de que o processo está mal conduzido". "Estive numa reunião com o ministro da Agricultura e ele garantiu-me que o projecto era prioridade. Agora vamos ver", acrescentou.
O atraso na construção do matadouro regional de Viseu tem gerado críticas dos criadores de gado, que se queixam do elevado preço que pagam pelo transporte dos animais para outras cidades. Esta situação verifica-se desde o encerramento da unidade de abate da PEC-Lusa, em Junho de 2003, por não respeitar as directrizes comunitárias.
A MateViseu foi constituída em Junho de 2007, tendo como principal accionista o belga Jan Swaegers, que assegurará mais de metade dos 535 mil euros de capitais próprios. Na lista dos 14 accionistas, a Jan Swaegers, com 305 mil euros (57 por cento), segue-se a ACGBA, com 50 mil euros (9,3 por cento), e a Câmara Municipal de Viseu, com 38.500 euros (7,1 por cento), que foram os principais impulsionadores do matadouro.
As câmaras de Moimenta da Beira, Sátão, Sernancelhe, Penalva do Castelo, Aguiar da Beira (do distrito da Guarda) e Vila Nova de Paiva, a Associação de Criadores de Gado da Beira Távora, a Cooperativa Agrícola do Sátão, a Agroviseu e dois particulares (um talhante e um produtor) integram também a sociedade. António Lopes garantiu que, apesar dos atrasos, o investidor belga não desistiu do projecto, ainda que admita que ele esteja "um pouco desconfiado" do sucesso da nova candidatura. (Fonte:DiáriodeViseu)

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