segunda-feira, 16 de maio de 2011

Medição do Adro da Igreja de S. João Baptista, 1752

A repto formulado por Monsenhor António Bento da Guia, comecei há uns anos atrás a investigar sobre o Adro da Igreja de S. João Baptista. Foi em 1752 que o Adro foi devidamente medido e confrontado. Essas medições encontram-se registadas num tombo, a fólios 45v e 46, que tenho vindo a estudar, e que se encontra no Arquivo da Universidade de Coimbra.

Tal como acontecia com muitas outras propriedades em Moimenta da Beira, também sobre o adro da Igreja de S. João Baptista recaíam os dízimos da Universidade de Coimbra e, portanto, nele foram colocados os marcos de cantaria que continham neles inscritas as letras VDE que queriam dizer Universidade, sob a assistência das pessoas de maior condição na Vila e sob o juramento dos Santos Evangelhos.

A medição principiou do corpo da Igreja na quina do Fonteespício da parte do sul para a banda do poente, correndo a medição ate à quina junto à capela-mor, medição que registava vinte varas (medida da época) e onde se colocaram alguns marcos. Depois, continuou a medição do norte ao sul à distância de sete varas onde se colocou outro marco. Em seguida tornou a virar a medição do poente para o nascente registando-se vinte e cinco varas e meia sendo aí colocado outro marco e, do sul para o norte pela banda do nascente, registando-se vinte e três varas e meia pregando-se à terra o respectivo marco, colocado a um canto onde estava uma vinha que pertencia à Universidade do Prazo de D. Maria Micaela de Moimenta da Beira.

A medição e respectiva colocação dos marcos continuou sendo, aliás, muito extensa, pelo que não podemos registá-la aqui na sua íntegra. A assistir estiveram o Juiz do Tombo, o Procurador do Escrivão, o Juiz da Igreja, o Reverendo Vigário e o Padre-cura coadjutor, o Doutor Francisco Xavier Saraiva e José da Fonseca juiz ordinário, assim como “outras mais pessoas principaes da dita villa”.

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