«Arqueologia» - Diversidade tumular

  

1.Presumível sarcófago, já sem a cobertura, destinado a um indivíduo de estatura média.

Localização: Carregancho, na margem direita da ribeira de Leomil, freguesia de Leomil.     

Uma vez mais nos deparamos com um vestígio de grande valor arqueológico, que, até ao momento, permanecia desconhecido no registo do concelho moimentense.

Apesar de se encontrar parcialmente coberto com pedras de um muro divisório de propriedade (provavelmente não muito longe do seu local inicial), a sua configuração permite considerar a forte possibilidade de estarmos perante uma inumação em sarcófago[1], uma estrutura tumular que, tal como as sepulturas escavadas na rocha (prática funerária que a precedeu durante o período da Reconquista), era executada tanto com o formato do corpo, como com a forma não antropomórfica (podendo ser ovalada, retangular ou trapezoidal) e coberta por várias lajes ou por apenas uma pedra.

Se assim se tratar, constata-se uma vez mais no atual território deste município uma notória variabilidade tipológica no que se refere aos enterramentos efetuados durante a Idade Média e, de uma forma geral, como podemos observar nas imagens que se seguem, desde os tempos pré-históricos até aos nossos dias, podendo aparecer tanto isoladamente como em grupo, quer no exterior quer no interior dos edifícios religiosos, com ou sem espólio associado, decorados com cruzes, coroas, rosáceas ou personalizadas através de inscrições e/ou reproduções heráldicas.

2. Orca Grande (freguesia de Pera Velha).

Período cronológico: entre a Pré-história e a Idade do Bronze (IV-II milénios antes de Cristo).

3. Pedra de cabeceira de um túmulo (freguesia de Rua).

Período cronológico: por volta do século I depois de Cristo.

4. Sepulturas escavadas na rocha do Covelo (freguesia de Rua).

Período cronológico: provavelmente em torno dos séculos VI-VII.

5. Parte integrante da cabeceira de um túmulo (freguesia de Rua).

Período cronológico: em torno dos séculos XIII-XIV.

 

6. Tampa do túmulo do fundador do Convento Beneditino de Nossa Senhora da Purificação (freguesia de Moimenta da Beira).

Período cronológico: inícios do século XVII (ano de 1604).

Publicado no Jornal Beirão (96.ª edição)

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[1] Deriva etimologicamente de duas palavras gregas (sarx=carne, phagos=comer) e significa literalmente “comedor de carne”.

Autor: José Carlos Santos