terça-feira, 19 de março de 2013

«Arqueologia» - Curiosidades históricas

Concelho de Moimenta da Beira
Curiosidades históricas

Altar e imagem de São Francisco, com painel pintado representando um mouro armado de alfange e dois mártires franciscanos


Sabia que:
·         Durante a Época Moderna, o actual território do município de Moimenta da Beira esteve repartido administrativamente em oito concelhos, ficando definido apenas em 1896.
·         O Convento de Nossa Senhora da Purificação possuía uma torre, a qual foi mandada demolir em 1858 por Julião Sarmento, na altura vice-presidente da Câmara Municipal.
·         A Capela de São Pedro, a antiga Matriz de Moimenta que esteve originalmente junto ao cemitério da aldeia de Fornos, perdeu um altar renascentista e pinturas de grande valor.
·         Na segunda metade do século XIX, pela mão da firma Francisco Cabral Pais e Filhos Lda., Vila da Rua foi sede de um banco que serviu a economia da região e teve uma Fábrica de Fiação que empregou mais de vinte operários tecnicamente instruídos. As suas sedas eram de tal qualidade que chegaram a obter menções honrosas em exposições de Lisboa, Porto, Londres e Paris.
·         Até aos princípios do século XX realizou-se na Vila da Rua uma das feiras mais antigas da região: a feira de São João. Outras perduraram no concelho até depois de 1950: Alvite teve feira de gado e indústrias nas segundas terças-feiras de cada mês; Leomil teve feira mensal e a feira anual de São Tiago; em Pera fez-se a feira de gado e de cereais no primeiro domingo de cada mês; e Moimenta da Beira teve duas feiras por mês, sendo uma no terceiro domingo e outra na primeira segunda-feira. Contestadas as feiras do domingo, a vila passou a ter feira de quinze em quinze dias à segunda-feira.
·         Perto do Largo do Tabolado, outrora denominado por Praça D. Pedro V, entre a Casa de D. Claudina Carvalhais (actual Edifício dos Paços do Concelho) e o muro da Feira que lhe ficava à retaguarda, havia ainda espaço no ano de 1904 para o Curro de Touradas que lá se fizeram.
·         O edifício que hoje acolhe a Biblioteca Municipal, em homenagem ao insigne escritor que viveu em Soutosa, foi legado à Câmara por testamento de D. Carolina Cândida Guedes Osório de Gouvea e Vasconcelos (última descendente da família fundadora), em 1923 (dois anos antes de falecer), com a intenção de aí se fazer um hospital ou uma escola.
·         A bonita fonte que se descobre perto da Igreja de São Pelágio (Matriz de Rua) proveio do espaço contíguo à Casa dos Frades do Convento de São Francisco, do qual, após ter sido encerrado, pouco ou nada restou, além da Igreja e respectiva Casa que se encontram a cair. Entre os vários descaminhos, sabe-se que o barbeiro de Vide levou livros para limpar a navalha com que barbeava os seus fregueses; os principais altares foram parar às igrejas de Caria e de Várzea da Serra, onde aprimoradamente ainda se encontram; e as imagens[1] de São Francisco (ver imagem), de Nossa Senhora dos Remédios e um painel pintado em madeira, representando São João Baptista, podem ser vistos em muito bom estado na Capela de Nossa Senhora do Carmo, em Toitam.
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Publicado no Jornal Beirão (100.ª edição)




[1] As duas imagens medem cerca de 1,70m de altura.

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