segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

«Rotas e Lugares» - Moimenta da Beira

Um dos lugares que merece ser visitado é, sem dúvida, Moimenta da Beira, que surpreende tanto pelo seu passado, como pelo seu aspeto mais contemporâneo.

A visitar:
Destaque para a Igreja Matriz e especialmente para todo o casario das Cinco Ruas e do Terreiro das Freiras (a praça nobre de Moimenta), onde encontramos, entre outras admiráveis edificações, o Convento de Nossa Senhora da Purificação, o Solar dos Guedes (que, após várias utilizações, sedia a Biblioteca Municipal), a emblemática Casa da Moimenta (apontada como a primeira habitação da vila), as Fontainhas (onde permanecem duas fontes: uma de mergulho e outra de bica), a Capela de Nossa Senhora do Amparo (considerada uma das mais antigas do concelho), o Solar dos Correia Alves (recuperado para Turismo de Habitação e integrado na Rota das Vinhas de Cister), as fontes da Corujeira e da Pipa.



É um dos mais notáveis monumentos de Moimenta da Beira. A fundação desta unidade monástica deveu-se à família Mergulhão, especialmente a D. Fernão Mergulhão.
Nas casas onde nasceu e viveu, D. Fernão mandou edificar este convento de monjas, em favor de suas irmãs dedicadas à vida de clausura no Mosteiro de Semide e por remédio de sua alma e de seus pais, conseguindo da Santa Sé o seu reconhecimento, em 1594, por um Breve Papal de Clemente VIII.
Este convento feminino é composto de igreja, mirante, claustros, propriedade agrícola e cerca. De planta longitudinal, a igreja, de nave única, possui uma sacristia de plano quadrangular. São de realçar o revestimento dos alçados com painéis azulejares de tipo “tapete” (século XVII), azul, branco e amarelo, o púlpito e os retábulos de talha dourada barroca de estilo nacional e rococós. O brasão da família fundadora campeia quer no interior quer no exterior do convento.
Tendo como fim supremo a aproximação a Deus, as monjas seguiam a Regra de São Bento, regendo vários temas fundamentais à vivência monástica de uma comunidade, organizando-a segundo a máxima Ora et Labora (Orar e Trabalhar).
O convento cresceu quer em rendimentos, quer em número de religiosas. Contudo, em 1812, face às convulsões socio-políticas da época e à necessidade de reorganizar o Bispado, foi extinto pelo Bispo de Lamego, D. João Pincio, tendo as freiras e as rendas sido incorporadas no Convento das Chagas de Lamego. Após a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, com a chegada ao poder dos Liberais, parte do convento passou a servir como habitação particular, mantendo ainda hoje essa função. Posteriormente, a igreja voltou a desempenhar funções de culto, tendo beneficiado de diversas obras de restauro e adaptação.

Autor: José Carlos Santos

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