segunda-feira, 11 de julho de 2016

«Notícia» - Há cada vez menos crianças em algumas paróquias

Na sacristia da Igreja de Moimenta da Beira, Diamantino Alvaíde, padre de 37 anos, folheia os livros de registo dos baptismos com angústia. Sabe bem que as paróquias cada vez mais envelhecidas e apresentou em Junho uma tese de doutoramento sobre isso.
“Há cerca de 30 anos, o número de baptismos num ano civil atingiria sempre os 45, já em 2015 fizemos um total de 15 baptizados”, lamenta o padre, em conversa com a Renascença. Inalterável só o número de óbitos, entre os 40 a 45 por ano.
Diamantino Alvaíde começou a vida de sacerdote há 11 anos nos concelhos de Vila Nova de Foz Coa e Mêda. “Tinha uma paróquia onde a pessoa mais nova tinha 46 anos. Quando entrava na paróquia sentia-me uma criança. Há lugares onde há faixas etárias que já não existem. No extremo leste da diocese de Lamego, junto à raia espanhola, não tinha crianças para a catequese”, recorda.
Após cinco anos em formação em Roma, onde fez uma tese de doutoramento sobre o envelhecimento populacional na Diocese de Lamego, na Universidade Pontifícia Lateranense, chegam as propostas. Uma delas: a criação de uma única pastoral, “onde as actividades e toda a acção eclesial não seja dividida em departamentos e secretariados, mas que seja um conjunto de intervenções das mais diversas idades”.
“Esta é a minha grande proposta, que deixe de se pensar em pastoral juvenil, familiar, para ser uma pastoral única, onde todos tenham intervenção na vida de todos”, diz o padre.
Diamantino Alvaíde já tem uma designação para essa pastoral: “Gosto de lhe chamar pastoral intergeracional, gosto deste termo, é elucidativo do que se pretende numa realidade como esta.”
“O envelhecimento da população como desafio ao renovamento da pastoral diocesana de Lamego. Um projecto de pastoral integrada” é o nome da tese de doutoramento defendida a 17 de Junho em Roma. A tese será publicada em livro.
Fonte: RR.pt

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